During the confinements of the pandemic, my routine, like all of us, somehow changed. My contact with the world too. Tired of the necessary and available virtual mailboxes, I started to visit my physical mailbox daily – every day, I received a thousand and one leaflets from supermarkets. If before, the usual thing was to let them accumulate at the bottom of the mailbox and then put them in the wastebasket (which is right next!), during the pandemic, this graphic/advertising material aroused my interest and I collected them as if they were pieces of an external and almost inaccessible world. From there to the realization of these works (exercises) was a step. From there to the realization of these exercises was a step. Thus, the paper meshes, squares, emerged, built from these leaflets that, permeable, delimited and intimately organized the outside world and the inside world.
Durante os confinamentos da pandemia, a minha rotina, como a de todos nós, de alguma forma mudou. O meu contacto com o mundo também. Cansada das caixas de correio virtuais necessárias e disponíveis, passei a visitar diariamente a minha caixa de correio física – todos os dias, recebia mil e um folhetos de supermercados ou de grandes superfícies. Se antes o habitual era deixar que se acumulassem no fundo da caixa de correio para logo colocá-los na cesta de lixo (que está mesmo ao lado!), durante a pandemia, este material gráfico/publicitário despertou o meu interesse e colecionei-os como se fossem pedaços de um mundo externo e quase inacessível. Daí até à realizaçāo destes exercícios foi um passo. Surgiram, assim, as malhas de papel, quadrículas, construídas a partir destes folhetos que, permeáveis delimitavam e organizavam intimamente o mundo de fora e o mundo de dentro.